Ciência Itinerante 17/05

Mostra de Divulgação Científica do PPGCB está entre os projetos da UFG de popularização da Ciência

Iniciativas foram apresentados durante uma reunião ampliada promovida para compartilhar experiências de divulgação científica

 

Luiz Felipe Fernandes

Com o objetivo de mapear as ações de popularização da ciência promovidas pela comunidade acadêmica da Universidade Federal de Goiás (UFG), foi realizada nesta terça-feira (16/5) uma reunião ampliada em que foram compartilhadas experiências que trabalham com divulgação científica. Foram apresentados 11 projetos de diversas unidades, que têm como foco a popularização da ciência.

"Esta reunião surgiu justamente por sabermos que tem muita gente fazendo muita coisa na Universidade", afirmou o reitor da UFG, Edward Madureira Brasil, completando que a divulgação do conhecimento científico é essencial para que a sociedade se engaje na luta em defesa das instituições públicas de ensino superior.

Conheça alguns dos projetos apresentados na reunião:

 

Popularização 1

Professora Andrelisa Santos de Jesus fala sobre o projeto Multiplicando Saberes sobre Solos (Fotos: Pedro Gabriel)

Conhecendo o solo

Três iniciativas contemplam a divulgação de conhecimentos relacionados ao solo. Executados por professores e estudantes dos cursos do Instituto de Estudos Socioambientais (Iesa), os projetos Carste na Escola, Solo na Escola e Multiplicando Saberes sobre Solos trabalham com essa temática por meio de ações educativas em escolas e comunidades.

O primeiro leva informações sobre o carste, um tipo de relevo geológico formado por rochas que sofrem dissolução química, levando à formação de cavernas. Segundo a estudante de Ciências Ambientais Aline Oliveira, o sistema cárstico é frágil e está exposto à contaminação pela poluição, daí a importância de conscientizar a população.

O correto manejo do solo é abordado pelo segundo projeto, que tem o desafio de conciliar o desenvolvimento, a produção de alimentos e a conservação dos recursos naturais. Com experimentos, exposições, jogos e outras atividades pedagógicas, estudantes e professores da educação básica recebem informações sobre a fragilidade do solo e os impactos da ação humana.

Por fim, o terceiro projeto concebe a educação relacionada aos solos como uma ferramenta de prevenção e mitigação de áreas degradadas por erosão. "Existe uma relação muito forte das pessoas com os processos erosivos, porque eles interferem diretamente na qualidade de vida", explicou a professora Andrelisa Santos de Jesus. O projeto Multiplicando Saberes sobre Solos fui um dos três indicados no Prêmio Crea Sustentabilidade, do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás.

 

Popularização 3

O projeto Aprender Fazendo, apresentado pela professora Estela Leal, visa aproximar a ciência das estudantes

Mulheres na ciência

A aproximação da ciência a estudantes do sexo feminino é o objetivo dos projetos Aprender Fazendo: a abordagem hands-on para futuras estudantes de computação, ciências exatas e engenharias e Conversas de Meninas e Engenheiras: semeando oportunidades para a igualdade de gênero nas ciências. Ambos foram contemplados em um edital do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

O primeiro, desenvolvido pela Faculdade de Ciência e Tecnologia (FCT), em Aparecida de Goiânia, trabalha com as alunas de cinco escolas com experimentos interativos e científicos relacionados à linguagem de programação, reconhecimento de minerais e geomorfologia. Dessa forma, são repassados conceitos das áreas de geociências, engenharia, matemática e ciência da computação.

A professora Estela Leal explicou que a metodologia hands-on trabalha com o conceito "mão na massa", ou aprender fazendo, o que significa que as estudantes são ativas na construção, execução e manutenção dos experimentos interativos.

No mesmo sentido, o segundo projeto tem o objetivo de despertar o interesse das estudantes de três escolas da educação básica para a área de engenharia, apresentando temáticas relativas a esse campo do conhecimento.

 

Acervos museológicos

A UFG abriga diversos acervos museológicos, dois dos quais foram apresentados na reunião. O primeiro foi o Museu de Ciências Morfológicas, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB). De acordo com a professora Fabiana Ribeiro da Mata, o museu surgiu das aulas práticas de anatomia humana e animal. "O estudo na aula prática reforça o conhecimento teórico, coloca o aluno em contato com o corpo humano e desperta nos estudantes e na sociedade o interesse em conhecer mais sobre a área".

O espaço é aberto para visitação às sextas-feiras. No acervo de 400 peças estão modelos anatômicos reais e peças de borracha que podem ser emprestadas para as escolas. O museu recebe uma média de 4 mil visitantes por ano, a maioria estudantes do ensino médio de escolas públicas.

Já o Museu do Instituto de Informática (INF) desperta a curiosidade com peças antigas que ajudam a recontar a evolução dos computadores. As exposições regulares começaram em 2017 e o acervo tem hoje 40 itens. O professor Leonardo Andrade Ribeiro explicou que o museu está aberto a doações e também faz exposições itinerantes.

 

Popularização 2

Professora Janice Lopes, do Lemat: a linguagem usada para apresentar o conhecimento faz toda a diferença

A ciência dos números

A vinculação da formação dos estudantes do curso de Matemática com a realidade das escolas básicas é um dos focos do Laboratório de Educação Matemática Prof. Zaíra da Cunha Melo Varizo (Lemat). Na reunião, a professora Janice Lopes apresentou duas iniciativas do projeto: o @PED - Ações Pedagógicas em Ambientes Digitais e o Projeto ALI - Ações Lemat Itinerante.

A primeira iniciativa utiliza ambientes digitais, especialmente jogos de entretenimento, para identificar situações matemáticas. A segunda promove ações de divulgação e democratização da matemática e da educação matemática por meio da realização e participação em eventos, oficinas e minicursos. "O modo como as pessoas se aproximam do conhecimento tem muito a ver com a forma como o apresentamos", destacou a professora.

O professor Renato Pessoa Vale, por sua vez, falou das Olimpíadas Brasileiras de Física e da Olimpíada Brasileira de Física das Escolas Públicas. "Além da divulgação científica, esses eventos estimulam e despertam o interesse pelas ciências, especialmente a física", afirmou. Renato ressaltou o crescimento da participação de estudantes goianos. Em 2018, além de 11 premiados em nível nacional, um aluno foi para a competição internacional, sendo medalhista de prata na Olimpíada Europeia, em Moscou.

 

Popularização do conhecimento científico

Idealizado pela professora Flávia Pereira Lima, do Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação (Cepae), o projeto A Biodiversidade Local Vai para a Escola produziu uma série de livros que tem proporcionado o acesso de crianças e adolescentes ao conhecimento científico básico. A iniciativa realizada no norte de Goiás aborda temas como insetos, plantas, répteis, anfíbios, mamíferos e peixes, com ilustrações e explicações sobre o método científico.

Outro projeto, realizado pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (PPGCB), promove a Mostra de Divulgação Científica e Popularização da Ciência para a Educação Básica. Além das demonstrações das pesquisas realizadas na Universidade, foi criada uma cartilha, intitulada O Que Faz um Cientista?, que mostra aos estudantes a possibilidade de seguir uma carreira nas diversas áreas da ciência.

Fonte: Secom/UFG

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